sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Neste Advento...D.Antonino apela à solidariedade e à partilha




O Advento é um tempo de esperança e de optimismo. Um tempo que faz apelo àquele optimismo e àquela esperança que liberta: Jesus Cristo, o Salvador, que veio para servir e não para ser servido, que amou até ao fim para promover, libertar e salvar. Esta tem de ser a atitude do discípulo de Cristo que sabe que só “a caridade das obras garante uma força inquestionável à caridade das palavras” (João Paulo II, Novo millennio ineunte, 50).
Os tempos que vivemos são sombrios. Os próximos, segundo os entendidos, não serão melhores. O desemprego vai continuar a subir e vai durar!...
As Dioceses portuguesas têm feito eco das suas preocupações e iniciativas dentro deste contexto. A situação é geral e preocupante e a busca de ajuda é crescente.
Só a Caritas da nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, no corrente ano, acolheu 5415 pessoas no atendimento social, tendo disponibilizado alimentos, vestuário, electrodomésticos, mobiliário, dinheiro e “tickets restaurante”. Encaminhou projectos de criação de emprego financiados pelo Micro crédito e pela ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores.
Tudo isto implica uma profunda reflexão para agir e ajudar a ser e a viver com dignidade.
Não se resolve nada de costas voltadas uns para os outros e, muito menos, uns contra os outros ou a ver quem faz mais - ou só diz melhor! - para contabilizar “créditos” e os fazer valer em momentos de alimentar o seu próprio ego. Esta maneira de estar e agir desumaniza e humilha aqueles a quem se julga ter servido e ajudado: isto o digo em relação às Instituições, Movimentos e Obras diocesanas que espero que entendam e nos ajudem a organizar o Serviço da Caridade para melhor responder e amar. Se assim não for, tudo poderá, então, servir para satisfazer sentimentalismos inúteis ou consciências mal formadas. A Acção Social da Igreja e de cada um dos cristãos deverá ser sinal visível da atitude e acção de Cristo no serviço da Caridade e na partilha fraterna de bens para, em comunhão e unidade, minimizar os efeitos da crise sem com isso querer retirar nem esconder a especificidade própria de cada um dos Serviços, Obras e Movimentos da Pastoral Social. A organização também é caridade e a caridade tem de ser apanágio dos Movimentos de Caridade Cristã. Perante tantas necessidades e os parcos recursos existentes, estes têm de ser geridos em conformidade e consciência.

APELO NACIONAL E DIOCESANO

Bento XVI, há seis meses atrás, no dia 13 de Maio, em Fátima, manifestou a todos os agentes da Pastoral Social e às suas Instituições, a necessidade de reflectir a “questão social” e sobretudo a prática da Compaixão, da Caridade, com todas as consequências do conteúdo bíblico destas expressões e conceitos. Ultrapassando as atitudes meramente assistencialistas, precisamos de ir ao encontro da pessoa toda, ajudando no âmbito psicológico e espiritual e na construção de um projecto de vida inclusivo, que lhe permita o retomar da Esperança.
Porque a fome já atinge muitas famílias afectando, sobretudo, os mais débeis, crianças e idosos, para além doutras iniciativas, está constituído um Fundo Social Solidário aprovado pela Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (conta no Millenium BCP com a designação Fundo Social Solidário, com a NIB 0033 0000 0109 0040 15012, podendo ainda ser usada a Rede Multibanco – Entidade 22222 e Referência 222 222 222) , e um Fundo Diocesano gerido pela Cáritas Diocesana (a enviar para a sede da Caritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco). Estes Fundos destinam-se a apoiar os mais débeis, sejam quais forem os credos ou origens e tem como objectivo contribuir para a solução de problemas sociais e cooperar no aprofundamento e actualização da acção social da Igreja.
A tradição da Igreja diz que em caso de extrema necessidade todos os bens são comuns e, quando alguém passa necessidade, o que damos não é nosso, estamos obrigados a dar. O Papa Bento XVI na Encíclica “Caritas in Veritate” nº 6 reafirma: “Não posso «dar» ao outro do que é meu, sem antes lhe dar aquilo que lhe compete”. Só uma sociedade que se deixe conduzir por estes princípios será uma sociedade mais rica e mais humana.

INVESTIR, PRODUZIR, SEMEAR E POUPAR

É evidente que esta solidariedade não dispensa a luta e o apelo à iniciativa geradora de trabalho. Implica humanismo, sentido dos outros, capacidade de inovação e investimento por parte daquelas pessoas que têm capital. Não permite que aquele que não tem trabalho deixe cair os braços e não se mexa à procura do mesmo ou o rejeite quando ele lhe bate à porta. Faz ir no encalço de soluções libertadoras capazes de gerar auto-suficiência económica dentro duma cultura que sabe gerir bem as economias familiares, faz ganhar o gosto pela poupança e leva a reduzir os gastos inúteis ou dispensáveis dentro duma pedagogia familiar que se torne um dever e um caminho a trilhar. Leva a sentir a necessidade de querer aprender a semear para ter e colher aquilo que sempre foi uma pequena agricultura de subsistência. Hoje, uns porque não podem (já trabalharam muito!), mas outros porque não querem, ou não sabem nem querem saber, entendem que isso é obrigação de terceiros e, sentindo-se dispensados de aprender a fazer, esperam que tudo lhes chegue de outro lado sem qualquer espécie de esforço ou preocupação.
É urgente “um novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável, não falte pão para ninguém e para que o trabalho, o ar, a água e os demais recursos primários sejam preservados como bens universais (Caritas in Veritate, 27).
Como seria bom que também houvesse cursos remunerados para ensinar a cavar e a semear!...
Façamos do Advento uma caminhada de esperança e optimismo, de vivência verdadeiramente cristã, de partilha solidária, de mudança de mentalidade, sabendo apontar a todos a pessoa de Jesus Cristo, o Seu despojamento total por todos nós, o que Ele fez e disse, como disse e fez.

25 de Novembro de 2010

+ Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco


Publicada em - Secretariado Diocesano das Missões

terça-feira, 23 de novembro de 2010

As Bem-Aventuranças da Acção social

1 - Bem-aventurados sois vós, quando permaneceis disponíveis, partilhando com simplicidade o que possuis.

2 - Bem-aventurados sois vós, quando chorais pela falta de felicidade ao vosso redor e no mundo.

3 - Bem-aventurados sois vós, quando optais pela doçura e pelo diálogo, ainda que isso pareça longo e difícil.

4 - Bem-aventurados sois vós, quando criativamente inventais ideias novas, formas de doar vosso tempo, partilhar vossa ternura e semear a esperança.

5 - Bem-aventurados sois vós, quando sabeis escutar com o coração para descobrir o presente que são os outros.

6 - Bem-aventurados sois vós, quando experimentais dar o primeiro passo necessário para construirdes a paz com os irmãos e irmãs através do mundo.

7 - Bem-aventurados sois vós, quando conservais o coração aberto ao encantamento, à acolhida e ao questionamento da vida.

8 - Bem-aventurados sois vós, quando tomais a sério a fé no Cristo encarnado.


(Celebração feita na Comissão da União dos Superiores Maiores
para a Justiça, a Paz e a Integridade da Criação)




Vale a pena pensar...




Publicado - AKI -

domingo, 21 de novembro de 2010

Festa do Acolhimento - Retaxo -


Sábado, dia 20 de Novembro, foi o dia da Festa de Acolhimento das crianças do 1º Ano de Catequese de Retaxo.Foi um momento simples, mas de muita alegria para a Beatriz, para a Márcia e para o João Miguel que perante toda a comunidade foram acolhidos com muito carinho. 
Pároco, Catequistas e comunidade comprometem-se a dar-lhes a conhecer Jesus através do testemunho das suas vidas!

Publicado em - Palavra Viva

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Magusto da Catequese...



Domingo, 14 de Novembro foi o dia do magusto da catequese. Apesar do tempo frio e a ameaçar chuva, lá nos juntamos depois de almoço, no local habitual. Apanhamos caruma e fizemos uma grande fogueira! Depois, foi assar as castanhas e comer!! E que boas que estavam, quentinhas! O fumo era muito, mas também fazia parte do magusto!
Claro que todos tivemos direito a cara mascarrada, não sei se escapou alguém?!! Divertimo-nos muito! O Padre Zé animou as crianças com cantares à volta da fogueira. Foi uma tarde muito bem passada! E no final ainda houve lanche no salão, preparado pelas mães e catequistas das crianças!











Publicado em - Palavra Viva

domingo, 14 de novembro de 2010

Ecos da Oração pelas Vocações...



Reunimo-nos esta tarde na igreja da Srª da Guia, pelas 16 horas para rezar por todos os que entregaram a sua vida ao Serviço do Senhor. Lembramos em particular o Manuel António e a Irmã Ana Sofia, bem como os seminaristas da nossa Diocese.

Da Oração fizeram parte vários momentos - Palavra de Deus, momento de silêncio e Oração pessoal, preces, Pai Nosso e alguns cânticos. Finalizamos com a Oração pelas Vocações deste ano da Semana dos Seminários:
O r a ç ã o


Jesus Cristo, Bom Pastor
que dás a vida pelas Tuas ovelhas.
Tu és o Filho muito amado do Pai,
Tu és o nosso Mestre e Salvador.

Faz dos nossos seminários
Comunidades de discípulos,
Sementeiras de Amor,
de serviço e de entrega radical pelo Teu Reino;
sinais de esperança de um futuro de vida verdadeira,
em abundância para todos.

Fortalece e ilumina
no discernimento vocacional os nossos seminaristas;
confirma nos dons do Espírito Santo os seus formadores;
enche de generosidade e espírito de serviço
os auxiliares que com eles trabalham.

Recompensa e abençoa os benfeitores,
que com a oração e partilha de bens, zelam pela missão;
ampara o nosso Bispo e os nossos párocos,
para que sejam sempre fiéis ao dom do seu sacerdócio;
desperta a generosidade e a coragem dos nossos jovens
para Te seguirem e concede às nossas famílias o dom de
Te proporem como caminho, verdade e vida...

Nós Te pedimos por intercessão de Nossa Senhora,
Tua e nossa mãe…




Continuemos a rezar por todos ao longo de todo o ano!!

Texto da Oração:


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Semana dos Seminários...Unidos em Oração!




No próximo Sábado - 13 de Novembro - na Igreja de Nª Srª da Guia em Retaxo, pelas 16 horas, um momento de Oração por todos aqueles que entregaram a sua vida ao Serviço do Senhor!
Também publicado em: Palavra Viva


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu, Nuno...Seminarista

A Semana dos Seminários celebra-se de 7 a 14 de Novembro. Estamos, em pleno, na vivência deste tempo forte. Sabemos que há duas grandes casas (Seminários de Alcains e de Portalegre) na Diocese de Portalegre-Castelo Branco, mas estão vazias, não têm Seminaristas. Fomos ao encontro do Nuno, um dos Seminaristas Diocesanos, em estágio pastoral na paróquia de S. Miguel, em Castelo Branco.
1 – Secretariado Diocesano das Missões – Nuno, diz-nos quem és?

Nuno - Dizer quem sou! Bem, acima de tudo, um rapaz apaixonado pela vida que se foi descobrindo com o tempo apaixonado por Deus! Rapaz humilde, simples, que se deixou cativar pela profundidade de uma amizade com Deus. Um rapaz que compreendeu no projecto a que Deus o desafiava, o caminho de viver a sua vida de modo plena e livre, dedicando-se àquilo que sentia fazer mais sentido: a Deus e ao Mundo. Amante da vida (procura) valoriza o melhor de si em todos os seus momentos. Rapaz do seu tempo, e por isso com gostos semelhantes aos dos jovens de hoje. A família e os amigos são fundamentais e importantes na pessoa que é. Gosta do mais simples que se possa pensar: ler, ir ao cinema, ouvir música, fazer desporto, passear… Os meus amigos dizem que sempre se pode contar com ele! O Nuno não simpatiza com atitudes que não respeitem os outros: falta de seriedade, mentira, injustiça… atitudes estas com as quais tem dificuldade de viver. Rapaz teimoso, mas é simpático e bem disposto. Apesar de precisar de algum espaço e algum silêncio para si, para o seu encontro com Deus, não reconhece a sua vida longe das pessoas, são elas a razão da sua entrega a Deus e à Igreja… como se pode ver, rapaz simples.
A descoberta da vocação

2 – SDM – Quando e como descobristes que Deus te chamava? Como foi a tua ida para o Seminário?
Nuno - Pelos meus 21 anos vivi um tempo de grandes movimentações na minha vida. Surgiram, nesse tempo, algumas decisões que há muito aguardava assumir. Após várias aventuras e desventuras era um novo impulso, como se alguém me puxasse para a frente para reencontrar caminhos no realizar dos meus projectos de vida. Os meus projectos de vida, naquele tempo, não passavam por ir para o seminário, muito longe de pensar tal coisa. Foi um tempo de reaproximação com a vida da paróquia, com os vários dinamismos, com a Igreja da qual me havia afastado após os meus 18/19 anos. Estas realidades acabariam por me (re) lançar para uma relação de amizade mais próxima com Deus. Foi no caminhar com a paróquia, (onde o grupo de jovens teve a sua importância) e com Jesus Cristo que comecei a sentir mais viva a presença de Deus “nas minhas coisas”. A Sua presença era cada vez mais forte e assim, dia após dia, Deus ia ganhando maior expressão na minha vida, naquilo que eu era. Numa Eucaristia Dominical, no momento da escuta da Palavra de Deus e aquando o comentário do sacerdote às leituras, dei comigo a questionar-me. Olhava a minha vida e todas as mudanças que tinha até então sofrido. Percebia que a proximidade com Deus tinha mudado a minha forma de olhar a vida e que essa proximidade tinha-se tornado medida para as decisões mais simples do meu dia a dia. Esse facto levava a que a minha gratidão para com Deus fosse cada vez maior, aumentando o desejo de poder estar cada vez mais próximo Dele. O sinal de alerta aconteceu quando comecei a compreender mudanças profundas nas minhas prioridades de vida…aí os meus projectos já não estavam cheios de certezas. Foi na participação contínua e atenta da Eucaristia e na presença assídua junto do grupo de jovens da Paróquia, que a interrogação acerca do ser Padre foi aparecendo, acima de tudo na escuta da Palavra de Deus. Sentia-me cada vez mais desperto e mais sensível às “provocações de Deus” para ser Padre! As minhas primeiras reacções face a essa inquietação foram de ironia, negação e fuga. Rezava a provocação com Deus e dizia-Lhe que não compreendia o que se passava comigo, que aquelas ideias, então “descabidas”, não faziam muito sentido. Dos risos e ironias ao desejo de Deus foi um instante. Os nossos diálogos iam sempre ao encontro do “ser Padre” e interiormente as coisas começavam a ficar mais difíceis. Os meses passavam e a provocação ganhava outra expressão levando-me à negação sobre uma possível chamada a seguir Jesus… até que não consegui fugir mais e Ele… abraçou-me com tanta força que não consegui negar por mais tempo o seu convite a ser Seu discípulo. Dois anos depois, e após uma caminhada de acompanhamento com um sacerdote amigo, entrava no seminário de Leiria para um tempo longo de recolhimento, oração e reflexão acerca desse projecto ao qual Deus me chamava, Ser Padre! Foi um dos muitos anos marcantes da minha vida!
3 – SDM – Como foi a tua caminhada até este momento, quando te preparas para, em breve, dares o teu sim definitivo, no sacerdócio?

Nuno – Depois de viver um ano em comunidade no Seminário de Leiria e de aí compreender que Deus me chamava a um tempo mais longo de discernimento acerca do desafio de ser Padre, segui para Coimbra. Em Coimbra, entrei para o Seminário Maior onde vivi numa comunidade mais alargada e para a faculdade, onde estudei a Filosofia e a Teologia. É a formação, a par de muitas outras dimensões, que é necessária para a formação do Padre de hoje, no meu caso Padre Diocesano. Formação esta para melhor acompanharmos a sociedade cristã e responder aos desafios que as comunidades colocam. Vivi no Seminário Maior de Coimbra durante cinco anos. Foram tempos onde a reflexão, a pesquisa, o estudo, a vivência comunitária, o lazer, mas principalmente, o tempo de relação e proximidade com Deus, me ajudaram a fortalecer o chamamento que Deus me fazia a ser Padre. Como em todos os caminhos, houve momentos muito bons e momentos não tão positivos, mas todos eles, momentos que jamais esquecerei e que se revelaram importantes para a minha entrega de todos os dias a Deus e à Igreja. É uma entrega de todos os dias que desejo que se torne numa entrega total, logo que me sinta preparado e a Igreja me ache digno de a servir! Terminados os meus estudos académicos, o nosso Bispo D. Antonino colocou-me na Paróquia de São Miguel da Sé, em Castelo Branco, para realizar o meu estágio pastoral. No presente momento, procuro acompanhar e ajudar os sacerdotes nas especificidades e dinamismos da paróquia, procurando compreender o que a envolve e assim crescer neste serviço de ser Padre Diocesano, ao qual me sinto chamado a entregar.
Os nossos Seminaristas
4 – SDM – Quantos são os seminaristas da nossa Diocese e onde se encontram?

Nuno – A nossa Diocese, além de mim, tem mais três rapazes que se preparam para um dia dizer sim a Deus no serviço à Igreja. O Pedro Dias, de Castelo Branco e o Miguel Serras, de Nisa, que actualmente frequentam o 1ºano do Curso Teológico, e o Miguel Coelho, de Montalvo – Constância, que realiza este ano um tempo forte de reflexão sobre o chamamento que Deus lhe faz a ser Padre Diocesano para depois, no próximo ano, começar os seus estudos Teológicos.
Estes nossos seminaristas encontram-se no Seminário de S. José, em Caparide – Lisboa, iniciando uma nova etapa na formação dos Sacerdotes da nossa diocese, que nos últimos anos estavam sob a responsabilidade do Seminário Maior de Coimbra.



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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Semana dos Seminários


Mensagem do Reitor do Seminário Diocesano - Cónego Emanuel Silva

Senhor, Quero o que Tu queres...
...A profecia de esperar vocações sacerdotais


A Igreja vive mais uma vez, este ano entre 7 e 14 de Novembro, a já habitual Semana dos Seminários. É a ocasião de rezar pelo Seminário e de com ele fazer alguma partilha. E é a ocasião e a oportunidade de relançar o desafio da reflexão sobre as vocações ao Sacerdócio ministerial na Igreja e sobre os contextos em que se formam os novos padres.

Cada vez que reflectimos o Seminário olhamos sempre para ele como uma continuidade daquela primeira comunidade que os discípulos formavam com Jesus. Foram chamados a partir das suas vidas normais por Jesus que passava e tinha para eles um projecto de vida, seguiram-n’O, andaram com Ele, ouviram as sua palavras, contemplaram as suas acções, confrontaram-se e debateram-se com as necessidades da mudança das suas vidas, acolheram a radicalidade do chamamento e acolheram, sobretudo, o dom do Espírito para a missão como arautos de Cristo ressuscitado. Em novas coordenadas de tempo, espaço e cultura, os nossos Seminários são o ambiente em que muitos jovens recolocam hoje esses mesmos dinamismos.

Sempre que se fala dos Seminários reflecte-se também o número de jovens que neles entra e que, depois, abraça o Sacerdócio. Não sendo redutível a números ou a meras estatísticas, a vida cristã pode encontrar neles, contudo, uma evidência iniludível, um desafio e uma oportunidade. E, na nossa Diocese, a evidência, brutalmente irrefutável, dos números assusta. Não conseguimos dar o justo descanso aos Sacerdotes que, se o desejassem, já o mereciam e também não temos conseguido chamar muitos jovens ao Seminário e ao Sacerdócio.


Os nossos Seminaristas



O que de bom pode ter o “susto” é que, quando não nos imobiliza, nos torna mais atentos e dispertos. E, fruto de muitas coisas e, sobretudo, da Graça de Deus, temos um pequeno grupo no Pré-Seminário que todos os meses se encontra no Seminário de Alcains e temos em Lisboa – no itinerário de formação dos Seminários de S. José e dos Olivais em conjugação com a Universidade Católica – três Seminaristas: o Miguel Coelho (de Montalvo) no tempo propedêutico; e o Miguel Serra (de Nisa) e o Pedro Dias (de Castelo Branco) no 1º ano do curso teológico. No próximo ano, querendo Deus e os homens ajudando, entrará no tempo propedêutico mais um jovem da nossa Diocese até agora em discernimento no Pré-Seminário.

Nego-me, pois, a acreditar que Deus não chame mais jovens para O seguirem e O servirem na Igreja. A crise, se existe, não é de chamamento. É de resposta! Deus continua a chamar mas há falta de quem responda com a entrega da vida.

Se não se pode interrogar a desertificação populacional e social dos nossos territórios geográficos, se não se pode interrogar a liberdade das escolhas pessoais por outros caminhos que não o sacerdotal, podemos, ao menos, seguramente, interrogar o tipo de instrumento de transmissão da fé que, enquanto comunidades de Igreja, somos e fazemos presente.

Toda a vocação é uma história de liberdade em processo de oferta até ao dom total de si. Sempre em liberdade. Não há nada mais forte do que uma liberdade cativada e entusiasmada. E o mais bonito da liberdade é que, precisamente quando reconhece sentido num projecto ou faz a experiência do amor, tem uma ousadia de resposta e de compromisso fortíssimos. Ninguém pode responder em vez de ninguém e ninguém tem vocação em vez de ninguém. Mas todos podemos ajudar a que cada pessoa descubra o melhor da vida e o melhor que tem em si e para dar.


A Família



Seguramente que a renovação dos nossos quadros vocacionais passará pela renovação das famílias enquanto escolas de valores, escolas de oração, escolas de fidelidade e de amor, escolas de alargamento de horizontes, escolas de obediência e de confiança, de misericórdia e de caridade. Seguramente que sim.

Mas, e por anda a experiência da grande família que somos como Igreja, a grande família de Deus!? Teremos perdido, por falta de fé e de oração (à qual adicionaríamos a meditação da Palavra, a fidelidade, o testemunho, a entrega) a capacidade de sermos escola de oração, de fidelidade e de amor, de obediência e de confiança, de misericórdia e de caridade!? Teremos tido a tentação de reduzir a Igreja apenas a uma factor e fenómeno sociológico!? Mas a vocação a ser Igreja e a vocação ao sacerdócio não se resumem a algo apenas do foro sociológico. Não se pede a um jovem que seja padre por favor como não se pede a um jovem que seja pai por favor ou que seja feliz por favor. O núcleo da proposta vocacional tem de brotar de outro dinamismo. Pode brotar de muitas maneiras e por muitos e diversificados caminhos mas, na sua maior profundidade, é sempre oferta e dom de si. É fruto e expressão da nossa própria vitalidade cristã desinibida, ousada, alegre, com sentido, com profundidade. A proposta vocacional não é um convite a reduzir perspectivas ou a estreitar horizontes. É antes um convite a confiar em Deus, a alargar os horizontes n’Ele e pela perspectiva do seu olhar sobre o mundo e sobre o próprio homem. Quem hipotecaria o seu futuro por uma proposta frouxa, sem garra, sem alegria e sem fé?! E como seremos nós, Igreja, capazes de entusiasmar genuína e autenticamente os nossos jovens por Jesus Cristo ao ponto de darem por Ele as suas vidas?

Como é que cada um se perspectiva em relação à vocação ao Sacerdócio ministerial? Que palavras escolhe cada um quando chega a hora de reflectir o mesmo Sacerdócio e de o dizer aos outros? Com que entusiasmo, alegria e sentido se reflectem as vocações (e em particular a Sacerdotal) nos contextos em que cada um é responsável? Que reacção pública e privada se tem diante das

propostas da Igreja diocesana? O que se espera individual e comunitariamente do padre? Com que coragem se é capaz de propor a vocação sacerdotal como possibilidade a um jovem? Como se têm ajudado os jovens que tenham confidenciado viver com uma interrogação vocacional? O que conta mais nas nossas decisões, o bem da Igreja ou o nosso pequeno grupo?
A Diocese e as Vocações


A nossa Diocese tem Famílias Cristãs, tem Presbíteros, tem Leigos cristãos empenhados, tem Ministros Extraordinários da Comunhão, Ministros da Celebração na ausência de Presbítero, Professores de Religião e Moral e Professores cristãos, Animadores e Líderes de Grupos, Movimentos variados e Organismos paroquiais diversificados, Catequistas, Escuteiros, Grupos de Jovens, Religiosos e Religiosas, Diáconos Permanentes (e em trânsito), Visitadores de Doentes, Centros Sociais paroquiais, Animadores da Liturgia, Coros e chefes de Coro, Zeladoras de Altares, Grupos de reflexão do Plano Pastoral, imensos Sec

retariados e/ou Departamentos, Adoradores do Santíssimo Sacramento, Institutos seculares e de Vida Consagrada, Acólitos, Sacristães, etc, etc.
Como é que cada um se perspectiva em relação à vocação ao Sacerdócio ministerial? Que palavras escolhe cada um quando chega a hora de reflectir o mesmo Sacerdócio e de o dizer aos outros? Com que entusiasmo, alegria e sentido se reflectem as vocações (e em particular, a Sacerdotal) nos contextos em que cada um é responsável? Que reacção pública e privada se tem diante das propostas da Igreja diocesana? O que se espera individual e comunitariamente do padre? Com que coragem se é capaz de propor a vocação sacerdotal como possibilidade a um jovem? Como se têm ajudado os jovens que tenham confidenciado viver com uma interrogação vocacional? O que conta mais nas nossas decisões, o bem da Igreja ou o nosso pequeno grupo?
Faz-te ao largo!

No início da sua pregação, Jesus, depois de ter falado às multidões a partir da barca, disse a Pedro: faz-te ao largo e lança as redes (Lc 5, 4 s). O Apóstolo e os primeiros discípulos confiaram na Palavra de Cristo e deitaram as redes. E, tendo-o feito, diz o Evangelho, “apanharam uma grande quantidade de peixe “.

Para chegarem um dia ao Presbitério, às Comunidades paroquiais, aos diversos organismos e serviços, os padres têm de nascer, precisamente, do cuidado e da oração do Presbitério, da atenção e da oração das Comunidades paroquiais, da oração e da experiência de comunhão de todos os organismos e serviços.

Hoje, na Igreja, é profético tomar a sério o chamamento de Deus e esperar vocações ao Sacerdócio ministerial.





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Palavra Viva...



Palavra Viva

Este é um novo espaço na internet. Junta as paróquias de Retaxo, Cebolais de Cima, Sarnadas de Ródão e Malpica do Tejo, confiadas ao Cónego José Dias da Costa. Este espaço procurará ser um ponto de encontro e um elo de ligação, gerando assim comunhão e partilha! 

Descubram-no, aqui.... - : 

AKI